São Paulo – O avanço da vacinação contra a covid-19 nos países árabes do Oriente Médio, que obtêm do Brasil 80% dos alimentos consumidos em seus territórios, deu um impulso inesperado às exportações brasileiras no primeiro trimestre para a região, informa a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

Segundo a entidade, as vendas do Brasil para a Liga Árabe, bloco de 22 países localizados no Norte da África e no Oriente Médio, fecharam o período com receita de US$ 2,91 bilhões, alta de 18,2% na comparação com os três primeiros meses do ano passado. Em volume o crescimento foi ainda maior: 22,5%, de acordo com a entidade.
O aumento é reflexo da retomada econômica nos países do Golfo com avanço da vacinação. “Além de terem iniciado a vacinação mais cedo [no fim do ano passado], os árabes do Golfo instituíram os passaportes de imunização para ingresso em seus territórios e ações de ampla testagem. Essas medidas ajudaram a conter o número de casos e a viabilizar a atividade econômica. O que vemos nesse momento é o crescimento da demanda doméstica”, explica Tamer Mansour, secretário-geral da entidade.

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Países árabes projetam aumentar a importação da soja brasileira, indica estudo da CCAB
As expectativas são de alta nos embarques de soja brasileira aos países árabes.
Ao lado do minério de ferro, alimentos como açúcar, frango, carne bovina e grãos lideraram as vendas externas no trimestre analisado. Os embarques de soja e milho, componentes essenciais dos projetos locais de substituição de importações, registraram os maiores aumentos em receitas: respectivamente 147,98% e 132,67%.
Mansour destaca que o crescimento na venda de alimentos não inclui a tradicional demanda do setor turístico, que importa alimentos brasileiros regularmente. O turismo de stop-over nos hubs aéreos de Dubai, Abu Dhabi e Doha segue com restrições de ingresso de viajantes de uma série de países. O turismo religioso na Arábia Saudita, que todos anos recebe milhares de muçulmanos do mundo inteiro em peregrinação às cidades sagradas do país, enfrenta uma redução expressiva por conta da covid-19.
Por causa dessa contingência, o secretário-geral da Câmara Árabe acredita que a demanda na região por alimentos deve seguir em alta nos próximos meses. Especialmente à medida que o setor turístico retomar suas atividades com a vacinação avançando no resto do mundo.
A entidade também constatou um aumento relevante nas exportações brasileiras para o Bahrein, que no resultado do trimestre foi alçado à posição de segundo destino dos produtos brasileiros na Liga Árabe, atrás da Arábia Saudita. Com pouco mais de 1,5 milhão de habitantes, o pequeno e rico país do Golfo já vacinou 23% da população e está se consolidando como um hub regional de reexportação, ao lado de Emirados Árabes, Omã, Jordânia e Egito.
De acordo com a Câmara Árabe, as exportações brasileiras para o Bahrein cresceram 96,08% no primeiro trimestre do ano, totalizando US$ 406,36 milhões. Desse total, US$ 379 milhões corresponderam às vendas de minério de ferro para pelotização local e exportação de lá principalmente para mercados da Ásia.
“O Bahrein hoje goza de grande estabilidade política e econômica. É um país que está se transformando, buscando atrair bancos para fazer um centro financeiro regional e que continua a manter uma ótima relação com os vizinhos. Esse mercado deve ser acompanhado com mais atenção”, analisa Mansour.

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