manifestações
A Colômbia assistiu nessa segunda-feira (3) mais uma noite de protestos contra a Reforma Tributária anunciada pelo governo na semana passada. O choque entre forças policiais e manifestantes durante os últimos dias já matou 19 pessoas e deixou feridos graves.
Nesta terça-feira (4), órgãos internacionais se pronunciaram sobre a situação no país. A União Europeia condenou as mortes anunciadas e pediu “calma” a manifestantes e tropas policiais.
"Condenamos as mortes de todos que foram assassinados nos protestos. É uma prioridade parar o aumento da violência e evitar o uso desproporcional de força pelos órgãos de segurança."
A Organização das Nações Unidas também comentou os fatos, pedindo calma novamente e frisando que, de acordo com informações recebidas pelo órgão, policiais abriram fogo contra os civis em manifestação.
"Estamos profundamente alarmados pelos acontecimentos ocorridos na cidade de Cali, na Colômbia, na noite passada, quando a polícia abriu fogo contra os manifestantes que protestavam contra a reforma tributária, matando e ferindo várias pessoas, segundo a informação recebida."
O governo colombiano, presidido por Iván Duque, nega que houve excesso de violência por parte das forças policiais e, na noite de segunda-feira, acusou “organizações criminosas” pela confusão nos protestos. O ministro da defesa do país insinuou que as ações estariam sendo financiadas por grupos da esquerda e chegou a relembrar uma tentativa frustrada de acordo de paz com ex-rebeldes das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em 2016.
"A Colômbia enfrenta ameaças de organizações criminosas que estão por trás desses atos violentos (...) Lamentamos por todos que perderam suas vidas devido a ações criminosas durante os protestos."
Ele citou que suas acusações foram feitas a partir de “informações da inteligência”, mas não forneceu detalhes.
O governo ainda não confirmou a quantidade de mortos nos últimos seis dias, mas uma organização de direitos humanos locais contabiliza 18 civis e um policial assassinados.
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Reforma tributária, protestos e denúncias
As manifestações na Colômbia começaram após o presidente anunciar uma reforma tributária que desagradou grande parte da população. Entre as previsões mais polêmicas estavam o aumento do ICMS sobre produtos e serviços e alta base de contribuintes para o imposto de renda.
O governo foi acusado pela oposição de tentar prejudicar as classes média e baixa com uma pandemia em curso.
Os protestos começaram na quinta-feira (29) em Bogotá, Medelín e Cali. Vários grupos ameaçaram entrar em greve, como caminhoneiros e taxistas, e uma greve geral foi convocada para a quarta-feira (5), pelo Twitter de um sindicato relevante colombiano.

Na segunda (3), o presidente Duque anunciou a revogação das medidas mais polêmicas da reforma, com o objetivo de acalmar a situação nas ruas. Apesar de alguns grupos terem desistido das greves, os protestos persistiram, com pedidos de reformas na saúde, entre outras demandas.
A prefeita da capital Bogotá, Cláudia Hernández, afirmou que 25% das estradas foram bloqueadas durante as manifestações. Ela também fez um apelo para que todos que foram às demonstrações façam testes de detecção da Covid-19.
As tropas policiais e os manifestantes entraram em choque desde o início dos protestos, mas a situação se agravou com a persistência dos movimentos.
Na madrugada entre a segunda e a quarta-feira, as redes sociais foram tomadas por imagens de agressões de policiais a civis e momentos de tensão.
As palavras “Colômbia” e “#SOSColombia” entraram nos tópicos mais comentados do Twitter. Usuários chegaram a usar palavras como “massacre” para descrever a violência.
Please, help us to spread the word about the massacre that is being committed in Colombia. We ask for your help with all our hearts, they are murdering us. HELP US! #SOSColombia #ColombiaEnAlertaRoja pic.twitter.com/OaS8Xi8T0H
— Lu 🖤 (@Luisablink97) May 4, 2021
*com informações da Reuters
Fonte: CNN Brasil
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