O Rio Grande do Sul registrou uma arrecadação de ICMS de R$ 4,5 bilhões em julho, um aumento expressivo que representou um salto de R$ 800 milhões em comparação ao mesmo mês de 2023 e quase R$ 1 bilhão a mais que o mês anterior.
Esse crescimento, segundo especialistas, é um indicativo da capacidade de recuperação da economia estadual após a tragédia climática que afetou a região no final de abril.
Este valor surpreendente se destaca ainda mais quando se considera que julho geralmente não é um mês de alta arrecadação, sendo superado pelos meses entre setembro e janeiro, além de abril.
Esse incremento na arrecadação pode intensificar a disputa política entre os governos estadual e federal, uma vez que contradiz o discurso do governo estadual sobre os prejuízos bilionários no ICMS devido à tragédia climática.
A alta arrecadação de julho também enfraquece as pretensões do governador de obter auxílio federal para compensar as perdas no recolhimento do tributo. Com essa tendência, é provável que o RS termine o ano com uma arrecadação de ICMS superior aos R$ 47 bilhões previstos no orçamento de 2024.
Nos meses de maio e junho, o RS havia registrado quedas na arrecadação de ICMS em comparação com os mesmos meses de 2023, com R$ 500 milhões e R$ 100 milhões a menos, respectivamente.
No entanto, o resultado de julho não só compensou essas perdas, mas também resultou em um saldo positivo. Em junho, o governo estadual estimou perdas de R$ 10 bilhões no ICMS para 2024, números que já eram considerados superestimados por economistas e analistas de contas públicas.
