Bolsonaro diz que pode zerar impostos
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que está disposto a zerar os impostos federais para reduzir o preço do diesel, mas gostaria que a medida viesse acompanhada de redução nas alíquotas de ICMS pelos governos estaduais.
Em entrevista à imprensa após audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no início desta tarde, o presidente afirmou que o monopólio em parte da cadeia de distribuição do combustível também é responsável pelo atual patamar de preços. “Para cada centavo do preço do diesel que queremos reduzir, no caso do PIS/Cofins, equivale buscarmos de algum outro local R$ 800 milhões”, justificou o presidente.

Bolsonaro considera “razoável” o preço do diesel nas refinarias. O problema, segundo o presidente, é que até chegar nas bombas incide a alíquota de ICMS, a margem de lucro de empresários e das transportadoras. “Tem muito monopólio no meio disso, estamos buscando alternativas, mas não é fácil.”
O presidente garantiu que poderá zerar os impostos federais, mas só haverá impacto significativo com redução do ICMS.
"Estamos buscando uma maneira de não ter mais este reajuste. Os impostos federais, eu sempre disse, eu estou pronto para zerar, a gente vai para o sacrifício, mas gostaria que o ICMS acompanhasse. Eu não interfiro na Petrobras, deixar bem claro. Petrobras continua com a sua política de preços. Agora, nós temos atualmente [que reduzir] 0,33 centavos o litro."
Questionado sobre a possibilidade de greve dos caminhoneiros, Bolsonaro fez um apelo para que não haja paralisação. “Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil, apelamos para que eles não façam greve porque todos nós vamos perder”, disse. “[Vai] causar um transtorno, estamos vivendo época de pandemia.”
No Ministério da Economia, Bolsonaro também se reuniu com representantes do setor de bares e restaurantes, que reclamam da restrição de horário de funcionamento em alguns locais, como São Paulo e Belo Horizonte.
O presidente é contrário às medidas adotadas por governadores e prefeitos e garantiu que o governo estudará o pleito dos empresários, que envolve prorrogação de prazos para pagamento do Pronampe; do BEM, voltado a redução e suspensão de contratos de trabalho; e de impostos para empresas enquadradas no Simples.
Fonte: Valor Econômico
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