Por que as empresas de sucesso usam benefícios fiscais

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1. Introdução;

A introdução estabelece a base para a compreensão da relevância de um projeto de benefícios fiscais para empresas que operam no setor de importação. Este capítulo busca situar o leitor no contexto da alta carga tributária brasileira, explicando como a adoção de estratégias fiscais pode representar a diferença entre o sucesso e o insucesso de um negócio.

1.1. Contextualização

O comércio internacional desempenha um papel vital na economia global e, no Brasil, as operações de importação são um componente essencial da cadeia de suprimentos de diversos setores. No entanto, o ambiente brasileiro é notoriamente desafiador para importadores, marcado por:

  • Tributação complexa e elevada: O Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, incidindo sobre diversos elos da cadeia de importação, desde a entrada da mercadoria no território nacional até sua comercialização.
  • Processos burocráticos: A liberação de produtos exige o cumprimento de várias etapas, como obtenção de licenças de importação, pagamento de taxas alfandegárias e conformidade com normas fiscais estaduais e federais.
  • Competitividade global: Empresas brasileiras competem diretamente com produtos de mercados mais eficientes, onde os custos de operação e tributos são significativamente menores.

Nesse contexto, a falta de uma estratégia para redução de custos e otimização tributária pode inviabilizar negócios.

1.2. Objetivo do Estudo

O objetivo deste artigo é:

  1. Demonstrar a importância de um planejamento fiscal estruturado: Mostrar como um projeto de benefícios fiscais pode contribuir para a redução de custos operacionais e o aumento da competitividade.
  2. Evidenciar os desafios do setor de importação: Apresentar os obstáculos enfrentados pelas empresas devido à complexidade tributária e regulatória brasileira.
  3. Destacar soluções práticas: Introduzir o Projeto de Benefícios Fiscais a importação (PBFI), desenvolvido pela Xpoents, como uma ferramenta estratégica que integra redução de custos, conformidade legal e melhoria da eficiência operacional.

1.3. Relevância do Tema

A relevância deste tema reside no impacto direto da carga tributária sobre os resultados financeiros das empresas importadoras. Além disso:

  • Necessidade de sobrevivência no mercado competitivo: A globalização impõe desafios às empresas brasileiras, exigindo que elas operem com margens otimizadas.
  • Riscos associados ao desconhecimento fiscal: A ausência de um planejamento pode levar ao pagamento indevido de tributos, penalidades legais e perda de mercado.
  • Contribuição à economia nacional: Projetos fiscais bem-sucedidos não apenas fortalecem as empresas, mas também contribuem para a economia ao promover maior dinamismo no comércio exterior e gerar empregos.

Dessa forma, ao explorar o impacto e os benefícios de um planejamento fiscal detalhado, este estudo fornece uma base para que empresas compreendam a importância de se preparar para os desafios do setor de importação e adotem soluções como o PBFI para alcançar excelência operacional.

2. Contexto do Sistema Tributário Brasileiro;

O sistema tributário brasileiro caracteriza-se por sua elevada complexidade e estrutura fragmentada, sendo um dos mais desafiadores do mundo. Essa complexidade decorre da grande quantidade de tributos, divididos entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, que incidem sobre diferentes atividades econômicas, muitas vezes gerando sobreposição e obrigações redundantes.

 Além disso, as frequentes alterações na legislação tributária tornam difícil para as empresas acompanharem as normas e aplicá-las corretamente.Essa realidade implica um custo elevado de conformidade tributária para as empresas, que precisam alocar recursos significativos para cumprir suas obrigações fiscais. 

O setor de importação é particularmente impactado pela complexidade tributária, já que os tributos incidentes sobre operações de importação – como o Imposto de Importação (II), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o PIS/Cofins-Importação e o ICMS – são aplicados de forma cumulativa, resultando em uma carga tributária elevada.

 Além desses impostos, as empresas também enfrentam custos relacionados às taxas alfandegárias, armazenagem e cumprimento de exigências regulatórias, o que encarece os produtos importados e reduz a competitividade do mercado brasileiro.

Nesse cenário, os benefícios fiscais emergem como instrumentos estratégicos para mitigar os efeitos da elevada carga tributária. A concessão de incentivos, como isenções ou reduções de tributos, tem o potencial de reduzir custos operacionais, fomentar investimentos e estimular a geração de empregos.

 Para as empresas do setor de importação, essas vantagens tornam-se ainda mais relevantes, possibilitando maior viabilidade econômica e competitividade no mercado global.

3. Oportunidades de Redução de Custos Tributários;

Vamos explorar as possibilidades de redução de custos tributários por meio de benefícios e incentivos fiscais, destacando as ferramentas disponíveis para empresas do setor de importação e os cuidados necessários para garantir conformidade com a legislação.

3.1. Programas Estaduais de Benefícios Fiscais

Os Estados brasileiros, na busca por atrair investimentos e gerar empregos, oferecem incentivos fiscais específicos para importadores. Esses programas incluem:

  • Reduções de ICMS: Alguns Estados concedem alíquotas reduzidas ou diferimento no pagamento do ICMS nas operações de importação.
  • Regimes especiais de tributação: Tais regimes podem incluir a desoneração parcial ou total de impostos, incentivando a instalação de empresas em zonas portuárias específicas.
  • Incentivos para setores estratégicos: Setores como tecnologia, saúde e energia renovável frequentemente recebem benefícios fiscais adicionais.
Cuidados no Uso de Benefícios Estaduais

Para evitar problemas com órgãos fiscalizadores, é fundamental que as empresas:

  • Avaliem a legalidade e a permanência do benefício.
  • Consultem especialistas em planejamento fiscal para adequação às regras locais.
  • Mantenham registros detalhados para eventual comprovação junto ao fisco.

3.2. Planejamento Tributário Estruturado

O planejamento tributário vai além da simples aplicação de benefícios; é uma abordagem estratégica que envolve:

  • Identificação de oportunidades: Análise detalhada da legislação aplicável, incluindo benefícios estaduais e federais.
  • Análise de viabilidade econômica: Avaliação do custo-benefício de se instalar em determinadas regiões ou utilizar incentivos específicos.
  • Gestão do risco fiscal: Identificação de potenciais riscos relacionados a autuações e estratégias para mitigá-los.
Benefícios do Planejamento Tributário
  • Eficiência fiscal: Redução de tributos pagos dentro da legalidade.
  • Conformidade normativa: Minimização de riscos fiscais, garantindo que a empresa esteja em conformidade com as normas vigentes.
  • Melhoria da competitividade: Com menor custo tributário, as empresas têm maior flexibilidade para competir em mercados internos e externos.

A aplicação de um planejamento tributário estruturado possibilita às empresas não apenas economizar recursos, mas também operar de forma sustentável e estratégica no mercado globalizado.

4. O Regime Tributário Brasileiro e seus Efeitos sobre as Importações;

O regime tributário brasileiro é caracterizado pela sua estrutura plural e complexa, refletindo as diferentes formas de tributação existentes no país. Para as empresas que operam no mercado de importações, o regime tributário tem um impacto direto nos custos operacionais e na competitividade, já que as importações estão sujeitas a uma série de tributos que podem ser difíceis de administrar sem um bom planejamento tributário.

4.1. Impostos Diretos e Indiretos no Processo de Importação

O processo de importação no Brasil envolve a incidência de diversos impostos, tanto diretos quanto indiretos, que são cobrados pelas diferentes esferas de governo (União, Estados e Municípios).

Impostos Diretos são aqueles que incidem diretamente sobre a receita ou o patrimônio das empresas. No caso das importações, o Imposto de Importação (II) é o principal tributo federal, que é cobrado sobre o valor da mercadoria importada. Este imposto é determinado conforme a tarifa aduaneira e varia de acordo com a classificação fiscal do produto no sistema harmonizado (NCM). 

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também incide sobre as mercadorias importadas, caso estas sejam destinadas à industrialização ou comercialização no mercado interno.

Já os Impostos Indiretos, como o PIS/COFINS-Importação, incidem sobre o valor agregado durante a importação e, em muitos casos, são pagos na entrada da mercadoria no país. Esses tributos são cumulativos em muitos casos, gerando uma carga adicional sobre o processo de importação. 

Além disso, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), um imposto estadual, também pode incidir sobre as mercadorias importadas, complicando ainda mais a estrutura tributária no país, uma vez que a alíquota varia de estado para estado e dependendo da natureza da mercadoria.

Esses impostos tornam o regime de importação no Brasil particularmente oneroso para as empresas. A alta carga tributária não apenas aumenta os custos diretos de aquisição das mercadorias, mas também exige que as empresas se dediquem a um acompanhamento contínuo das alterações nas alíquotas, nos regimes de tributação e nas obrigações acessórias, o que gera custos administrativos elevados.

4.2. O Sistema de Substituição Tributária e Suas Implicações

Um dos aspectos mais complexos do regime tributário brasileiro é o Sistema de Substituição Tributária (ST), especialmente no que diz respeito ao ICMS. Nesse sistema, a responsabilidade pelo pagamento do ICMS é transferida para o fornecedor da mercadoria, que deve recolher o imposto já no momento da venda da mercadoria.

Para as empresas importadoras, isso representa um desafio adicional, pois o ICMS deve ser pago no momento da entrada das mercadorias no Brasil. Dependendo do estado de origem e do destino da mercadoria, a alíquota de ICMS pode variar, o que gera uma complexidade adicional para as empresas importadoras que buscam planejar suas operações. 

Além disso, as importadoras precisam se atentar ao fato de que o ICMS pago na importação pode não ser integralmente compensado com o ICMS devido na venda da mercadoria, dependendo do estado em que a operação ocorra. Essa situação pode resultar em um elevado custo financeiro para as empresas, especialmente quando a empresa não consegue aproveitar os créditos tributários do ICMS de maneira eficiente.

4.3. Desafios de Compliance e a Necessidade de Planejamento Tributário

O complexo cenário tributário no Brasil exige das empresas um esforço constante de compliance, isto é, de cumprimento rigoroso das obrigações fiscais e tributárias. Para empresas que atuam no setor de importação, isso inclui o cumprimento de requisitos tanto relacionados à tributação quanto à documentação e aos procedimentos exigidos pela Receita Federal e pelas autoridades estaduais e municipais.

Um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas importadoras é a constante alteração nas normas tributárias, o que pode levar a interpretações divergentes e a riscos de não conformidade. 

Esse cenário exige que as empresas mantenham equipes especializadas ou terceirizem seus serviços de consultoria tributária para garantir que todas as obrigações fiscais sejam cumpridas dentro dos prazos e conforme as regras vigentes.

Para enfrentar esses desafios, as empresas precisam adotar um planejamento tributário eficaz, que envolva não só o conhecimento das leis, mas também a adoção de estratégias fiscais inteligentes que possibilitem a redução da carga tributária de forma legal e eficiente. 

Isso pode envolver a utilização de regimes especiais de tributação, aproveitamento de créditos tributários e a adesão a incentivos fiscais oferecidos por entes federativos em determinadas regiões ou para determinadas atividades econômicas.

4.4. O Impacto das Reformas Tributárias no Setor de Importação

O sistema tributário brasileiro tem sido frequentemente alvo de discussões sobre a necessidade de reformas, visando a simplificação e a modernização da cobrança de tributos. Nos últimos anos, diversas propostas de reforma tributária têm circulado no Congresso Nacional, com o objetivo de reduzir a complexidade do sistema e promover maior eficiência na arrecadação.

A aprovação de uma reforma tributária pode ter implicações significativas para o setor de importação, dependendo das mudanças que sejam implementadas. A unificação de impostos, a criação de um imposto único sobre o consumo ou a simplificação das regras para a concessão de benefícios fiscais poderiam reduzir substancialmente os custos operacionais das empresas importadoras.

 No entanto, também existem riscos de que a reforma não beneficie igualmente todas as regiões e setores da economia, o que poderia afetar as importadoras que já enfrentam uma estrutura tributária desafiadora.

A constante evolução do regime tributário, especialmente no contexto de reformas, exige que as empresas estejam preparadas para se adaptar rapidamente às mudanças, garantindo a continuidade das suas operações e a manutenção de sua competitividade no mercado. 

Portanto, um monitoramento constante das propostas de reforma tributária, bem como uma atuação proativa nas discussões e implementações das novas normas, são essenciais para mitigar os impactos negativos e aproveitar as oportunidades trazidas pelas mudanças.

4.5. Incentivos Fiscais e Benefícios para Importadores

Apesar das dificuldades impostas pela carga tributária, o Brasil oferece uma série de incentivos fiscais que podem beneficiar as empresas importadoras. Esses incentivos estão frequentemente relacionados à importação de produtos essenciais para a indústria nacional, à inovação tecnológica ou à utilização de determinadas regiões do país.

Essas iniciativas buscam incentivar investimentos em setores estratégicos para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil, e as empresas que operam na importação podem se beneficiar diretamente delas, reduzindo os custos e aumentando sua competitividade.

No entanto, o aproveitamento desses incentivos fiscais requer um acompanhamento cuidadoso das condições e exigências de cada programa, para garantir que as empresas cumpram todos os requisitos legais e possam usufruir dos benefícios.

 Além disso, uma gestão eficaz desses incentivos fiscais exige conhecimento especializado em planejamento tributário, que possa identificar as melhores oportunidades e minimizar os riscos de não conformidade.

4.6. A Importância da Assessoria Tributária para as Empresas Importadoras

Dada a complexidade do regime tributário brasileiro, especialmente no setor de importação, é essencial que as empresas contem com assessoria tributária especializada. 

Os consultores tributários têm a capacidade de identificar oportunidades para redução da carga tributária, aproveitar incentivos fiscais e garantir que a empresa esteja em conformidade com a legislação vigente.

Além disso, a assessoria tributária pode fornecer suporte na gestão de riscos fiscais, como a prevenção de autuações fiscais e o planejamento para a recuperação de créditos tributários.

Para as empresas importadoras, ter um especialista tributário é fundamental para lidar com as diferentes normas federais, estaduais e municipais, que impactam diretamente os custos de importação e a competitividade da empresa no mercado nacional e internacional.

Portanto, o regime tributário brasileiro, com seus desafios e oportunidades, exige uma abordagem estratégica e o apoio de profissionais qualificados para garantir a melhor performance fiscal das empresas importadoras.

5. Desafios Regulatórios e Administrativos nas Operações de Importação;

As operações de importação no Brasil estão sujeitas a uma série de regulamentações, procedimentos e burocracias que, muitas vezes, dificultam o processo para as empresas.

 Esses desafios não se limitam apenas ao cumprimento de obrigações fiscais e tributárias, mas também incluem a necessidade de atender a normas de segurança, saúde pública, proteção ambiental e a legislação específica de cada tipo de mercadoria.

5.1. Burocracia Aduaneira e Processos de Desembaraço

O processo de desembaraço aduaneiro é um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas importadoras no Brasil. Esse processo envolve a liberação das mercadorias pela Receita Federal, o que exige a apresentação de diversos documentos e o cumprimento de normas rigorosas para garantir que as importações sejam feitas de acordo com as regras estabelecidas.

 A burocracia envolvida no desembaraço aduaneiro, incluindo a necessidade de classificar corretamente as mercadorias (código NCM), pagar os tributos devidos e cumprir exigências sanitárias e de segurança, pode causar atrasos significativos e custos adicionais.

A complexidade do sistema aduaneiro, com suas constantes atualizações e mudanças de procedimentos, exige que as empresas mantenham equipes especializadas ou firmem parcerias com despachantes aduaneiros para garantir que todas as etapas sejam cumpridas de forma eficiente e dentro dos prazos estabelecidos.

5.2. Normas de Segurança e Certificação de Produtos

Muitas mercadorias importadas devem atender a normas específicas de segurança e qualidade, que podem variar de acordo com o setor. Produtos como medicamentos, alimentos, cosméticos, equipamentos eletrônicos, produtos químicos e automóveis, por exemplo, estão sujeitos a regulamentações de órgãos como a ANVISA, o INMETRO e o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que exigem a certificação e a inspeção prévia das mercadorias antes de sua liberação no mercado.

O cumprimento dessas normas exige das empresas um investimento constante em processos de conformidade, certificação e auditoria, o que aumenta a complexidade do processo de importação.

 Além disso, a importação de produtos sem a devida certificação pode resultar em multas, apreensão das mercadorias e até mesmo a interdição de atividades. A necessidade de se adaptar a essas exigências regulatórias adiciona mais custos operacionais e exige planejamento estratégico.

5.3. A Tributação no Processo de Importação e as Obrigações Acessórias

O sistema tributário brasileiro, especialmente no processo de importação, requer o cumprimento de várias obrigações acessórias, que envolvem a emissão de documentos fiscais, declarações e a apresentação de informações detalhadas à Receita Federal e outros órgãos competentes.

 A falta de atenção às obrigações acessórias pode gerar multas, juros e complicações legais, afetando a regularidade da empresa e gerando custos inesperados.

Além disso, a complexidade dos sistemas tributários estaduais e federais, que exigem diferentes tipos de declarações (como a DUE – Declaração Única de Exportação, e a DTA – Declaração de Trânsito Aduaneiro), exige que as empresas mantenham uma equipe administrativa capaz de gerenciar as demandas do processo de importação. 

O não cumprimento das obrigações acessórias pode resultar em fiscalização, autuação e outras penalidades que impactam diretamente a operação e a competitividade da empresa.

6. Logística e Infraestrutura no Processo de Importação;

A logística e infraestrutura no Brasil são fundamentais para garantir que as operações de importação ocorram de maneira eficiente e dentro dos prazos estabelecidos. No entanto, o país enfrenta uma série de desafios em relação à infraestrutura portuária, rodoviária e ferroviária, que afetam diretamente o custo e a agilidade das importações.

6.1. Portos e Infraestrutura Aduaneira

O Brasil possui uma extensa costa e alguns dos maiores portos do mundo, como o Porto de Santos e o Porto do Rio de Janeiro, mas ainda enfrenta desafios significativos em termos de capacidade e eficiência operacional.

 O congestionamento nos portos, a falta de modernização em algumas instalações e a infraestrutura deficiente em áreas críticas, como a conexão entre portos e centros de distribuição, podem gerar atrasos nas importações e aumentar os custos logísticos.

Outro ponto importante é a capacidade de manuseio de mercadorias especializadas. Muitos portos não estão suficientemente preparados para lidar com cargas específicas, como produtos químicos ou mercadorias de grande porte, o que exige investimentos adicionais em soluções logísticas para a movimentação dessas cargas.

6.2. Transporte Rodoviário e Ferroviário

A logística rodoviária é o principal meio de transporte no Brasil para o escoamento das mercadorias importadas. No entanto, a malha viária do país, apesar de extensa, apresenta problemas de manutenção, o que leva a custos elevados e frequentes atrasos. 

O congestionamento nas principais rodovias do país também contribui para a redução da eficiência e aumento dos custos operacionais das empresas importadoras.

A logística ferroviária, por sua vez, tem sido subutilizada no Brasil, embora ofereça um grande potencial para o transporte de grandes volumes de mercadorias com menor custo e impacto ambiental.

 A falta de investimentos significativos no setor ferroviário e a limitação das linhas ferroviárias que conectam os principais centros portuários às regiões industriais e comerciais dificultam a expansão da utilização dessa modalidade de transporte.

6.3. Desafios nas Operações de Armazenagem e Distribuição

A infraestrutura de armazenagem também é um ponto crítico nas operações de importação. O Brasil enfrenta uma escassez de centros de distribuição adequados e de qualidade, especialmente em algumas regiões fora dos grandes centros urbanos. 

Isso pode gerar custos elevados de armazenagem e atrasos no processo de distribuição das mercadorias para os clientes finais.

Além disso, as dificuldades logísticas geradas pela infraestrutura precária podem comprometer a competitividade das empresas importadoras, já que os custos de transporte e armazenagem impactam diretamente no preço final dos produtos. 

Para mitigar esses desafios, as empresas podem precisar investir em soluções logísticas alternativas ou em parcerias com prestadoras de serviços especializados.

7. O Impacto das Flutuações Cambiais nas Operações de Importação;

As flutuações cambiais desempenham um papel crucial no mercado de importações, pois o Brasil é um país que depende substancialmente da importação de produtos e insumos do exterior. 

O valor do Real em relação a outras moedas, especialmente o Dólar Americano, impacta diretamente os custos das mercadorias importadas, uma vez que boa parte dos custos das importações é expressa em moeda estrangeira.

7.1. A Volatilidade do Câmbio e Seus Efeitos nos Custos de Importação

A volatilidade cambial pode resultar em aumentos inesperados nos custos das mercadorias importadas. Quando o dólar se valoriza em relação ao real, o custo de aquisição das mercadorias torna-se mais alto, o que afeta diretamente a margem de lucro das empresas importadoras. 

Isso ocorre porque os contratos de importação são normalmente fechados em dólares ou outras moedas fortes, e, quando a taxa de câmbio sofre alterações, o valor a ser pago pelas mercadorias importadas também muda.

A flutuação cambial também pode gerar incertezas no planejamento financeiro das empresas. Se a valorização do dólar for significativa, as empresas podem enfrentar dificuldades em repassar o aumento de custos para os consumidores finais, especialmente em mercados altamente competitivos. Isso pode reduzir as margens de lucro ou até gerar prejuízos.

7.2. Estratégias de Proteção Contra Riscos Cambiais

Para mitigar os riscos associados à flutuação cambial, muitas empresas adotam estratégias de hedge cambial, que envolvem a utilização de instrumentos financeiros como contratos futuros, opções de câmbio e swaps.

Essas ferramentas permitem que as empresas protejam seus custos de importação contra variações cambiais significativas, garantindo maior previsibilidade nos preços e nos custos.

Além disso, algumas empresas buscam diversificar suas fontes de fornecedores internacionais, comprando de países cujas moedas sejam menos voláteis ou, em alguns casos, renegociando os termos de pagamento para diluir o impacto das flutuações cambiais ao longo do tempo.

7.3. O Impacto da Política Monetária na Importação

A política monetária do Brasil, determinada pelo Banco Central, também afeta diretamente a taxa de câmbio. 

Quando o Banco Central adota políticas de austeridade monetária (como aumento das taxas de juros) para controlar a inflação, isso pode resultar em uma valorização do real, tornando as importações mais baratas. No entanto, quando há políticas expansionistas (como a redução das taxas de juros), o real pode se desvalorizar, tornando as importações mais caras.

8. Conclusão.

As operações de importação no Brasil são marcadas por uma complexidade de fatores que exigem das empresas uma gestão eficiente, adaptável e estratégica. A combinação de desafios regulatórios, tributários, logísticos e cambiais demanda um alto nível de conhecimento especializado e investimento contínuo em processos de conformidade e infraestrutura. 

Embora o Brasil possua grandes potencialidades em termos de mercado e recursos, as empresas precisam lidar com uma burocracia pesada, uma infraestrutura de transporte e armazenagem que ainda precisa de modernização, e um sistema tributário complexo que impõe desafios significativos.

O processo de importação não se limita à simples transação de mercadorias, mas envolve um conjunto intrincado de atividades que devem ser cuidadosamente coordenadas para evitar atrasos, custos imprevistos e riscos jurídicos. 

Para superar essas barreiras, é crucial que as empresas desenvolvam estratégias robustas, que envolvam a escolha de parceiros confiáveis, o uso de tecnologias para otimizar os processos logísticos e uma análise constante das flutuações cambiais para garantir uma gestão financeira eficaz.

Além disso, o Brasil possui um mercado com enorme potencial de crescimento e, com a devida atenção aos fatores mencionados, as empresas importadoras podem se posicionar de maneira competitiva, aproveitando as oportunidades do comércio internacional. 

Com a adaptação às mudanças econômicas e a gestão eficiente dos processos operacionais, as importações podem se tornar uma vantagem estratégica, contribuindo para o desenvolvimento e o sucesso sustentável dos negócios.

Dessa forma, as empresas devem sempre se manter atualizadas e preparadas para enfrentar os desafios do mercado global e interno, garantindo que as operações de importação sejam realizadas com agilidade, segurança e custo-benefício.

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Sobre Cícero Costa
Cícero Costa é advogado tributarista, professor de direito tributário, especialista em direito tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, com MBA em negociação e tributação internacional e palestrante. Sua atuação prática em mais de 15 anos de experiência fizeram de Cícero um dos maiores especialistas em precatórios e importação em Alagoas.