Na sexta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou sua defesa pelo uso de moedas alternativas ao dólar nas transações comerciais internacionais. Durante sua estadia em Paris, Lula afirmou que pretende colocar esse assunto em debate nas cúpulas do Brics, que ocorrerá em Johanesburgo, em agosto, e do G20, que será realizada em Nova Délhi, em setembro.
Essa pauta agrada às potências rivais dos Estados Unidos, pois desafia a predominância da moeda norte-americana como referência internacional.
O presidente já havia proposto anteriormente a criação de uma moeda sul-americana com esse propósito, assim como uma no contexto do Brics. Neste ano, Brasil e China estabeleceram as bases para transações diretas entre o real e o yuan, sem a necessidade de conversão para o dólar.
“Algumas pessoas se assustam quando eu falo sobre a necessidade de criarmos novas moedas para o comércio. Não entendo por que o Brasil e a Argentina têm que negociar em dólar. Não entendo por que o Brasil e a China não podem utilizar nossas próprias moedas. Por que eu deveria comprar dólares? Essa discussão está em minha agenda e, se depender de mim, ela ocorrerá durante as reuniões do Brics e do G20.”
Conheça: Sistemática Alagoana: Sua Aliada nas Importações (xpoents.com.br)
A adoção de moedas alternativas ao dólar para transações comerciais internacionais pode trazer benefícios significativos para os importadores brasileiros. Aqui estão algumas maneiras pelas quais isso pode ser vantajoso:
- Redução da dependência do dólar: Atualmente, a maioria das transações comerciais é realizada em dólares, o que significa que os importadores brasileiros precisam converter o real em dólares para efetuar pagamentos. Isso pode expô-los a flutuações cambiais e custos adicionais de conversão. Ao usar moedas alternativas, como uma moeda sul-americana ou o yuan chinês, os importadores podem evitar a necessidade de conversão para o dólar, reduzindo assim os riscos cambiais e os custos associados.
- Maior previsibilidade de custos: Com a adoção de moedas alternativas, os importadores brasileiros podem ter maior previsibilidade de custos. As flutuações cambiais podem ter um impacto significativo nos preços dos produtos importados, tornando difícil estimar com precisão os custos futuros. Ao realizar transações em moedas regionais, os importadores podem reduzir a exposição às flutuações do dólar, facilitando a previsão de custos e o planejamento financeiro.
- Estímulo ao comércio regional: A criação de uma moeda sul-americana ou o uso de moedas do Brics para transações comerciais pode impulsionar o comércio regional entre países da América Latina e outros parceiros comerciais. Isso pode abrir novas oportunidades de negócios e fortalecer as relações comerciais dentro da região. Os importadores brasileiros podem se beneficiar ao ter acesso a uma maior diversidade de fornecedores e produtos, reduzindo a dependência de mercados distantes e ampliando as opções de importação.
- Negociações mais favoráveis: Ao utilizar moedas alternativas em transações comerciais, os importadores brasileiros podem ter uma posição de negociação mais forte. A predominância do dólar como moeda internacional pode, às vezes, resultar em preços mais altos ou condições desfavoráveis de pagamento para os importadores. Ao negociar em outras moedas, os importadores podem buscar condições mais favoráveis, como preços mais competitivos e prazos de pagamento mais flexíveis.
Em resumo, a adoção de moedas alternativas ao dólar pode trazer benefícios significativos para os importadores brasileiros, incluindo a redução da dependência do dólar, maior previsibilidade de custos, estímulo ao comércio regional e melhores condições de negociação.
No entanto, é importante ressaltar que qualquer mudança desse tipo envolve considerações complexas e requer cooperação entre os países envolvidos, bem como análises aprofundadas dos impactos econômicos e financeiros.
Leia também: XPOENTS: Sua Aliada no Planejamento Tributário
