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Com Alta do Preço do Aço, Importação Vira Opção

O mercado de construção civil tem enfrentado alta dos preços dos materiais. Em maio, o preço subiu 1,7% pressionado, principalmente, pela alta do preço do aço, que encostou em 7%.
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Originalmente Publicado em:. Com alta do preço do aço, importação vira opção (folhadoabc.com.br)

O mercado de construção civil tem enfrentado alta dos preços dos materiais. Em maio, o preço subiu 1,7% pressionado, principalmente, pela alta do preço do aço, que encostou em 7%. Nos cinco primeiros meses do ano, o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), já aumentou 5,28% e, em 12 meses, 11,59%, superando o teto da meta inflacionária nacional de 5% em 2022. Esta realidade tem levado a indústria da construção a buscar saídas para amenizar essa pressão de custos e, uma delas, seria a importação do aço.

 

Para o presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do ABC (ACIGABC) e diretor técnico da MBigucci, Milton Bigucci Junior, a alternativa é realmente interessante.

“Agora, com a redução da alíquota de importação do aço para 4% pelo Governo Federal, esta possibilidade de importação voltou a ser atrativa. Muitas empresas estão apostando nesta alternativa, pois está ficando realmente insustentável os custos do aço no Brasil”, afirma Bigucci. O presidente afirma que algumas empresas associadas ao Sinduscon-SP estão buscando alternativas de importação e a ACIGABC está neste grupo de estudo, embora ainda não estão importando.

Marcus Santaguita, proprietário da Construtora Jacy e presidente do Conselho Deliberativo da ACIGABC, afirma que já se tentou isso no passado e que não se chegou a uma economia que realmente valesse a pena. 

“A operação é muito cara, o prazo de entrega é longo, pois os produtos vêm de navio, temos a logística de distribuição que passa pelo transporte rodoviário com altos valores de frete e hoje a maioria das construtoras recebe o aço cortado e dobrado e só faz a armação e montagem na obra. Na prática teria que se mandar as barras (vergalhões) para as obras e lá as construtoras fariam o “corte e dobra” quando vemos o custo da mão de obra aliado a encargos sociais e baixa produtividade e perda considerável de materiais ao longo do processo, fica proibitiva essa pratica. Outra alternativa é importar o aço já cortado e dobrado, entretanto isso barra em uma série de dificuldades técnicas e de logística”, afirma o executivo.

O presidente do SindusCon-SP, Odair Senra, analisa que a cada reajuste do preço do vergalhão nacional, o mercado internacional fica mais atrativo.

“Em junho do ano passado, o preço médio do vergalhão de aço no mercado nacional estava 19,77% acima da variação do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção). Em abril deste ano, o preço médio já estava 34,22% acima do INCC. Sem qualquer justificativa plausível, os aumentos deste e de outros insumos como o cimento têm motivado o desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos”, afirma Senra. 

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, afirma que o aço é muito importante na composição de custo.

 “Não adianta ir lá brigar por um item que é pequeno. O aço é 37% [do aumento do custo] de uma casa e 73% de uma ponte”, afirma Martins. “Antes desses aumentos absurdos que passam de 100%, o aço pesava algo em torno de 3 a 4%. Hoje chega entre 6 e 8% do custo de uma obra dependendo o tipo de projeto. É muito significativo”, afirma Marcus Santaguita da Construtora Jacy. 

Neste cenário, a Cooperativa da Construção Civil do Estado de Santa Catarina (CooperconSC), com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), abriu o terceiro lote de compra de aço turco CA-50. As construtoras interessadas deveriam manifestar interesse até o último dia (17).

 

Futuro – A alta dos preços dos materiais de construção acaba fazendo com que a “inflação da construção” seja superior à inflação do País, o que provoca um descolamento entre renda, capacidade de compra e preço do imóvel, analisa o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins.

Martins alerta que, com o lançamento de novos imóveis as empresas terão que absorver esse aumento de custos, impactando o preço de vendas. “A nossa preocupação é com o amanhã. A venda de hoje é o emprego de amanhã”, afirma Martins. Com o lançamento de novos imóveis, as empresas terão que absorver esse aumento de custos, impactando o preço de vendas.

Milton Bigucci Junior, presidente da ACIGABC e diretor técnico da MBigucci, acredita que a situação deva se estabilizar um pouco mais até o final do ano.

“Podemos dizer que tivemos a ‘tempestade perfeita’: a pandemia, o fechamento da China novamente com o aumento dos casos de covid, a guerra na Ucrânia. Tudo reflete na falta de materiais e de componentes e aumento dos custos. O fato é que agora INCC não reflete os aumentos e as perdas já estão acontecendo”, afirma Bigucci.

Para Marcus, da Construtora Jacy, o problema é estrutural e não se resolve em curto prazo. “Somos quase que totalmente dependentes do transporte rodoviário. Precisamos encontrar outras alternativas de transporte que não sejam dependentes da indústria do petróleo. Precisamos ter estabilidade econômica para que os fornecedores ampliem de forma sustentável sua capacidade de produção. Hoje, os fornecedores penam duas vezes antes de expandir sua capacidade produtiva pois de uma hora para outra podem precisar retrair e isso custa caro. Enquanto a indústria de matéria prima para construção não enxergar alguma estabilidade é mais fácil aumentar os preços do que investir em aumento na capacidade fabril. A tendência natural é que as construtoras reduzam drasticamente o volume de lançamentos (e isso já está ocorrendo) e com o equilíbrio entre oferta e demanda os preços tendem a se estabilizar”, afirma. 

Marcus comenta que além do cenário mundial com pandemia e guerra, o cenário nacional reflete na alta dos preços.

“Temos a inflação ainda fora de controle, desvalorização do real em relação ao dólar e pouca opção de fornecedores – no caso do aço por exemplo ficamos na mão de 3 ou 4 fornecedores. Temos ainda a instabilidade política por conta de ser um ano de eleições presidenciais, ou seja, são diversos fatores conjugados. Fica muito difícil apontar uma solução viável, uma eventual saída seria criar “barreiras” para exportação e incentivar a exportação, porém isso seria péssimo pois vai contra os princípios do liberalismo em que o mercado se auto ajusta sem a influência do Estado”, analisa o executivo.

Conheça mais sobre as vantagens importar aço no Brasil e os benefícios de utilizar a sistemática de importação por Alagoas através do nosso artigo: Saiba Como Importar Aço e Maximizar Seus Lucros – Xpoents.

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Sobre Cícero Costa
Cícero Costa é advogado tributarista, professor de direito tributário, especialista em direito tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, com MBA em negociação e tributação internacional e palestrante. Sua atuação prática em mais de 15 anos de experiência fizeram de Cícero um dos maiores especialistas em precatórios e importação em Alagoas.