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Setor de energia solar fotovoltaica cresce, gera cerca de duzentos mil empregos e atrai investimentos para o brasil. Aponta os dados ABSOLAR
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), existem, atualmente, mais de 300.000 sistemas fotovoltaicos de geração distribuída conectados à rede elétrica do país. No total, são 3,6 GW de potência instalada de geração distribuída, responsáveis por gerar duzentos mil empregos no Brasil.
A fonte de energia solar é uma das que mais cresce no país, desde 2012 e mesmo na pandemia, setor cresceu 45% no primeiro semestre e gerou 47 mil novos empregos; futuro é promissor, mas esbarra em fatores como dólar e logística. As instalações de energia solar fotovoltaica são tendência no Brasil e no mundo.
ABSOLAR assegura que a remuneração média dos empregos gerados pelo setor supera dois salários mínimos, acima da média nacional. “Os números estão crescendo rápido e o setor está se tornando importante para a economia. A capacidade total cresceu mesmo em meio as restrições causadas pela pandemia de COVID-19”, declarou o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, em webinar promovido pela Smarter E.
Em 2013, aconteceram no Brasilb os primeiros leilões estaduais para a instalação de usinas de energia solar e, em 2014, ocorreram os leilões federais para a construção das usinas de grande porte para atender a população — a maior delas está localizada na cidade de São Gonçalo, no Piauí, inaugurada em janeiro de 2020.
Redução de custo
Esses marcos, ainda que recentes, são fundamentais para explicar o crescimento dessa fonte de energia renovável no Brasil. Outro fator muito importante para o bolso dos empresários e da população em geral — e que é uma consequência dessa evolução rápida — tem relação com a queda de preço da geração, ano após ano.
Nos últimos 10 anos, houve uma drástica redução, de 85% do custo, associado à ampliação, ainda que pequeno, da nacionalização da produção e aos programas de isenção de impostos do governo.
Em agosto, o governo federal decidiu zerar a alíquota de importação de diversos equipamentos de energia solar. Os impostos de importação para módulos solares são, em média, de 12%, enquanto os inversores pagam tarifas de 14%. A isenção é válida até o fim de 2021 e divide opiniões entre os especialistas.
A ABSOLAR também estima que a renda economizada em tarifas de energia por consumidores que possuem sistemas de geração distribuída solar fotovoltaica contribuiu para mais de R$ 4,7 bilhões reinjetados na economia desde 2012.
Ranking estadual da geração solar fotovoltaica no Brasil
De acordo com o levantamento mais recente da associação, o ranking estadual da geração solar distribuída é liderado por Minas Gerais, seguido por Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Mato Grosso. No ranking municipal, a primeira colocada é Uberlândia (MG), seguida pelo Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Cuiabá (MT) e Brasília (DF).
O otimismo do setor também passa pela possibilidade de inclusão da energia solar em residências populares. Uma família média brasileira, ou quatro pessoas morando numa pequena residência, apresenta um consumo de energia elétrica na faixa de 190 quilowatt-hora (kWh) por mês. Essa família precisaria de um sistema fotovoltaico que custaria de 10 mil a 15 mil reais e que reduziria na faixa de 80% a 90% o consumo de energia elétrica, com retorno de investimento no prazo de 4 a 7 anos e durabilidade de 25 anos do sistema. Já, para uma habitação popular, o presidente da Absolar acredita que com menos de energia elétrica de uma família de baixa renda, o que tornaria a tecnologia acessível aos programas sociais. “Estamos mantendo diálogo com o Ministério do Desenvolvimento Regional sobre o assunto e otimistas de que o governo federal vai incorporar a tecnologia no programa Casa Verde e Amarela, em favor dos consumidores brasileiros mais vulneráveis e que foram fortemente impactados pela pandemia”, revela Sauaia.
Um dos principais exemplos de utilização em massa das energias de fontes renováveis ocorre no estado americano da Califórnia. Por lá, todas as térmicas foram desligadas nos últimos cinco anos para dar espaço à geração solar. O que se discute entre os especialistas é se o risco iminente de um apagão é proveniente das fontes renováveis. A resposta seria que não. São dois os fatores principais que explicariam a crise de energia na Califórnia: o primeiro é de gestão, investigações de longa data apontam falhas na manutenção das linhas de transmissão de energia do estado, o que contribuiu para a propagação de grandes incêndios e culminou na condenação seguida de falência de uma gigante de energia elétrica do país, a PG&E; o segundo fator é o próprio mecanismo da rede elétrica americana, que restringe o “intercâmbio” de energia proveniente de outros estados. A probabilidade disso ocorrer no Brasil é pequena, pois a nossa rede elétrica é nacionalmente integrada, ou seja, quando uma fonte está escassa, é possível aproveitar a abundância de outros recursos para completar o atendimento àquela determinada região enfraquecida. “Se subestimarmos o crescimento de energia solar, isso pode de alguma forma gerar um efeito colateral negativo para o sistema, mas ainda temos alguns anos para planejar com calma e aprender com os erros dos outros países”, tranquiliza Nolasco Filho, da Statkraft Brasil.
Fonte: Click Petróleo e Gás ; Veja
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