Introdução
O Brasil conquistou em 2024 a 25ª posição no ranking global de desempenho da indústria de transformação, sua melhor colocação desde pelo menos 2019, segundo estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) com dados da Unido (United Nations Industrial Development Organization). O avanço é expressivo e sinaliza um ano forte para o setor, mas, por trás desse resultado, surgem indícios claros de desaceleração que já começaram a afetar o desempenho nos últimos meses. Para empresários e importadores, esse movimento exige atenção estratégica e decisões bem fundamentadas.
O que levou o Brasil a subir no ranking em 2024
O desempenho da indústria brasileira em 2024 não foi obra do acaso. De acordo com os dados da Unido, o setor de transformação nacional cresceu 3,2% no ano, superando a média global de 2,3% e deixando para trás o cenário negativo de 2023, quando registrou queda de 1%.
Um dos principais motores desse avanço foi a liberação em massa de precatórios, especialmente de pequeno valor, o que aumentou a renda disponível das famílias. Esse impulso ao consumo teve reflexo direto na demanda por bens industriais, principalmente os de tíquete mais alto, como duráveis e semiduráveis. Além disso, a inflação mais controlada no período e a redução dos juros até maio criaram um ambiente mais favorável ao crédito e ao investimento.
Outro fator decisivo foi o papel de programas públicos, como o Minha Casa, Minha Vida, que alavancaram setores ligados à construção civil, gerando efeitos positivos em diversas cadeias industriais.
Somado a isso, o novo arcabouço fiscal permitiu um piso mais estável para os investimentos públicos, incentivando a ampliação da capacidade produtiva e a produção de bens de capital. O Brasil, por um momento, conseguiu alinhar estímulo fiscal, confiança e produção.
As nuvens que se aproximam: o que ameaça 2025?
Apesar do avanço expressivo em 2024, os sinais de enfraquecimento já bateram à porta. No último trimestre do ano, a produção da indústria brasileira recuou 0,1%, revertendo a alta de 1,4% registrada no trimestre anterior. Enquanto o mundo acelerava o ritmo industrial, o Brasil começou a perder fôlego. O que parecia um impulso sustentado começa a dar lugar a um ambiente mais instável.
Entre os fatores que explicam essa virada estão o estreitamento da política monetária, a redução dos estímulos fiscais e o início de um desaquecimento no mercado de trabalho. Além disso, o cenário externo complicou: as tarifas anunciadas pelo governo Trump trouxeram incertezas para o comércio global, e já se fala em desvios de comércio, com exportações redirecionadas a outros países, aumentando a concorrência interna e pressionando o setor produtivo nacional.
As projeções para 2025 confirmam esse cenário mais desafiador. A expectativa mediana do mercado é de uma alta de apenas 1,6% na produção industrial, praticamente a metade do crescimento de 2024 (3,1%). Para empresários e importadores, o recado é claro: não é hora de se iludir com o passado recente, mas sim de se preparar com inteligência para o que está por vir.
Como pode ser visto no gráfico abaixo, em 2023, a indústria brasileira enfrentou um cenário desafiador, marcado por queda na produção e forte pessimismo entre os empresários. O Índice de Confiança da Indústria, medido pela FGV, caiu de 50 pontos no início do ano para apenas 20 no terceiro trimestre, refletindo incertezas e baixa expectativa quanto ao desempenho do setor. Ao mesmo tempo, a produção da indústria de transformação recuou ao longo de todo o ano, com variações negativas em todos os trimestres, enquanto o cenário global manteve crescimento, mesmo que modesto.
Fonte: Iedi, a partir de dados da Unido (United Nations Industrial Development Organization)
Além disso, em 2024, os dados (que podem ser vistos acima) começam a mostrar sinais de recuperação. A confiança dos empresários voltou a subir, alcançando 26 pontos no primeiro trimestre, e a produção industrial no Brasil apresentou crescimento positivo, com destaque para os primeiros e últimos trimestres do ano. Esse movimento indica uma retomada gradual da atividade industrial, aproximando o país de um ritmo mais parecido com o observado no cenário internacional, que se manteve estável mesmo durante o período de crise doméstica.
Quem mais sente o impacto? O setor produtivo na linha de frente
Em um cenário global mais turbulento, os primeiros a sentir os efeitos são aqueles que atuam diretamente no campo de batalha da produção e do comércio. Empresas industriais que exportam para os Estados Unidos, por exemplo, podem ver suas oportunidades encolherem diante do redirecionamento de exportações de outros países para mercados alternativos, inclusive o Brasil. Isso intensifica a competição interna, derrubando margens e forçando ajustes rápidos na estratégia comercial.
Importadores também entram na linha de risco. Com a perspectiva de maior oferta interna, impulsionada por esse desvio de comércio, somada à instabilidade cambial e às incertezas regulatórias globais, os desafios se multiplicam. O resultado é uma pressão crescente sobre os custos e sobre a previsibilidade operacional, especialmente em cadeias produtivas que dependem de insumos externos.
Pequenas e médias indústrias, que muitas vezes não têm estrutura para amortecer impactos bruscos, ficam ainda mais vulneráveis. Com margens de lucro mais apertadas e menor acesso a linhas de crédito, qualquer oscilação no mercado global pode significar a perda de competitividade ou até inviabilizar operações inteiras. Para essas empresas, ter uma leitura precisa do cenário e agir com agilidade pode ser a diferença entre adaptação e sufocamento.
A chave para resistir ao novo ciclo econômico
Em tempos de incerteza econômica e instabilidade no comércio exterior, cada centavo economizado faz a diferença. Para muitas empresas, a sobrevivência, e até mesmo o crescimento, depende da capacidade de repensar sua estrutura de custos.
É nesse ponto que um bom planejamento tributário se torna uma ferramenta essencial. Com a utilização inteligente de benefícios fiscais e regimes especiais, é possível preservar o fluxo de caixa e ganhar fôlego para manter a operação saudável e competitiva.
Pequenas, médias e grandes indústrias, bem como importadores que lidam com margens reduzidas e variáveis cambiais imprevisíveis, têm à disposição instrumentos legais que podem reduzir significativamente a carga tributária. Mas não basta conhecer os benefícios: é preciso saber quando e como usá-los. Uma estrutura tributária eficiente protege a empresa das oscilações do mercado e pode ser o diferencial para atravessar o ciclo de desaceleração que se anuncia.
É exatamente aí que entra a Xpoents. Com mais de 20 anos de atuação, somos referência nacional em planejamento tributário e estratégias fiscais para empresas de todos os portes. Atuamos lado a lado com nossos clientes, oferecendo soluções personalizadas que preservam caixa, aumentam competitividade e ajudam a prosperar, mesmo nos cenários mais adversos. Segurança, expertise e resultado: é isso que entregamos.
Conclusão
A indústria brasileira está diante de um ponto de inflexão. Depois de um ciclo de crescimento impulsionado por estímulos pontuais, o cenário para 2025 impõe novos desafios, e exige decisões ágeis, embasadas e estratégicas. Esperar para ver pode custar caro, principalmente para quem já opera com margens apertadas ou depende de previsibilidade para manter sua competitividade.
Mais do que nunca, é hora de se antecipar aos impactos do cenário global, proteger sua empresa e transformar riscos em oportunidades. A diferença entre atravessar a tempestade ou ser engolido por ela está na capacidade de fazer escolhas inteligentes, com o apoio de quem conhece profundamente o caminho.
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