Originalmente Publicado em:. Brasil sobe posições no comércio mundial, diz OMC | Mercados | Valor Investe (globo.com)
O Brasil voltou a subir uma classificação no ranking dos exportadores mundiais e recuperou uma posição como importador em 2021, num cenário complicado de pandemia de covid-19 e rupturas nas cadeias de abastecimento, apontam dados da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em 2021, o país tornou-se o 25º maior exportador mundial de mercadorias, com vendas de US$ 281 bilhões e que representaram alta de 34% comparado ao ano anterior. O Brasil aumentou sua fatia nas vendas globais, agora representando 1,3% do total comparado a 1,2% no ano anterior.
O Brasil já tinha subido uma posição entre os maiores exportadores em 2020, quando subiu para a 26ª posição.
Ao mesmo tempo, em 2021 o Brasil tornou-se o 27º maior importador, depois de ter perdido uma posição e ficado em 29º em 2020. Suas compras atingiram US$ 235 bilhões, com alta de 38%. Representaram 1% do total mundial em 2021, comparado a 0,9% no ano anterior.
Com relação ao comércio de serviços, o Brasil não está entre os 30 maiores exportadores, com suas vendas de US$ 32 bilhões, numa alta de 16% em comparação a 2020. Ao mesmo tempo, é o 26ª maior importador, com compras de US$ 49 bilhões ou 0,9% do total mundial. As importações brasileiras de serviços cresceram 2% no ano passado.
Para 2022, as exportações em valor têm o benefício da alta de preços de commodities. No geral, na América do Sul e Caribe, porém, a OMC revisou para uma variação negativa a projeção para exportações da região, -0,3% contra +2% estimados antes.
No caso das importações, América do Sul e Caribe podem ter alta de 4,8%, comparada aos 2,1% estimados no ano passado.
OMC revisa para baixo comércio até 2023 e alerta sobre China
A OMC também revisou para baixo suas projeções para exportações e importações para os dois próximos anos. E alertou que a guerra da Rússia contra a Ucrânia não é o único fator que coloca em perigo a retomada já frágil do comércio mundial. A OMC avalia, contudo, que a guerra de fato não é o único fator que pesa sobre o comércio mundial. E constata que os lockdowns na China, para combater a pandemia de covid-19, perturbam de novo o comércio marítimo num momento em que as pressões nas cadeias de fornecimento pareciam se atenuar.
Os confinamentos na China, para combater a propagação de covid-19, podem conduzir a novas penúrias de insumos para a produção industrial e à inflação mais elevada.
As novas cifras oficiais da OMC são de que, com a guerra na Ucrânia, o crescimento em volume do comércio de mercadorias pode ficar em 3% neste ano, comparado a 4,7% estimado antes. Para o ano que vem, as trocas podem aumentar 3,4%, mas trata-se de projeção plena de incertezas por causa da guerra.
A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, alertou para o impacto da disrupção das cadeias de abastecimento, alta de inflação e impacto significativo sobre as populações pobres do mundo “onde os produtos alimentares representam uma grande proporção das despesas das famílias.”
As perspectivas para a economia global se ensombreceram desde o início da guerra na Ucrânia em 24 de fevereiro, constata a OMC. O impacto econômico mais imediato da crise tem sido um forte aumento nos preços das commodities. Apesar de suas pequenas participações no comércio e produção mundial, a Rússia e a Ucrânia são grandes fornecedores de commodities essenciais, incluindo alimentos, energia e fertilizantes, cujo fornecimento está agora ameaçado pela guerra.
Pelas projeções da OMC, o PIB mundial à taxa de câmbio do mercado deverá crescer 2,8% neste ano, após ter expandido 5,7% no ano passado. O crescimento da produção poderá aumentar para 3,2% no ano que vem, no caso de persistência de incertezas geopolíticas e econômicas.
A região de influência da Rússia deverá registrar uma baixa de 12% de suas importações e contração de 7,9% de seu PIB em 2022, mas suas exportações poderão aumentar 4,9% diante da dependência de outros países em relação à energia russa.
Em 2021, o comércio mundial de mercadorias em volume aumentou 9,8%. O valor em dólares do comércio internacional aumentou 26%, atingindo US$ 22,4 trilhões. Significa que os preços de exportação e importação deram um salto de 15% no ano passado, em média. O valor em dólar do comércio aumentou 59% no caso de combustíveis e produtos de mineração, 19% para os produtos agrícolas e 21% para os produtos manufaturados.
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico