Mercado de adubos enfrenta desafios e oscilações para 2025.

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O mercado de fertilizantes, essencial para a produção agrícola global, enfrenta perspectivas desafiadoras em 2025, impulsionadas pela alta do dólar e pelos contínuos conflitos no Oriente Médio. Especialistas consultados pelo Globo Rural destacam que, embora não haja risco iminente de desabastecimento, a volatilidade nos preços deverá impactar diretamente os custos de produção agrícola no Brasil e em outros mercados dependentes de importações.

Impacto da alta do dólar sobre os fertilizantes

O Brasil, maior importador mundial de fertilizantes — com cerca de 85% de sua demanda suprida por fornecedores externos —, é particularmente vulnerável às variações cambiais. A recente valorização do dólar frente ao real torna os insumos importados significativamente mais caros. Para Renata Cardarelli, analista da Argus, essa dinâmica força as tradings a repassarem os custos mais altos ao longo da cadeia produtiva, estreitando as margens de lucro de distribuidores e produtores.

“Com o dólar forte, mesmo fertilizantes que não são diretamente impactados pelos conflitos no Oriente Médio acabam encarecendo, dado o peso do câmbio nas transações internacionais”, explica Cardarelli.

Conflitos no Oriente Médio afetam rotas comerciais

Outro fator que eleva a pressão sobre o mercado é o impacto dos conflitos no Oriente Médio, especialmente nas rotas de transporte de fertilizantes pelo Mar Vermelho. Desde outubro, tensões geopolíticas na região têm atrasado embarques e elevado custos logísticos. O Oriente Médio é uma rota estratégica para muitos dos insumos consumidos globalmente, e qualquer interrupção nos fluxos de comércio rapidamente repercute nos preços.

A StoneX aponta que “os embarques pela rota do Mar Vermelho já sofrem atrasos, aumentando o custo final para os países importadores, incluindo o Brasil”.

Demanda global e as peculiaridades do mercado brasileiro

A demanda global por fertilizantes nitrogenados e fosfatados tem apresentado flutuações. Fora do Brasil e da Índia — outro grande consumidor —, a procura não tem impressionado, o que aliviaria um pouco as pressões sobre a oferta. Contudo, especialistas preveem que a demanda brasileira por fosfatados, por exemplo, deve diminuir nas próximas semanas, uma vez que muitos produtores anteciparam suas compras ainda em 2024, temendo altas mais acentuadas no próximo ano.

No entanto, essa antecipação pode ser insuficiente para conter os impactos no médio prazo. O Brasil continua dependente de grandes fornecedores, como Rússia, China e Oriente Médio, regiões suscetíveis a questões logísticas e políticas.

Repercussões para a cadeia agrícola

O aumento dos custos dos fertilizantes inevitavelmente pressiona a cadeia agrícola brasileira. Como o setor agrícola é um dos pilares da economia nacional, representando uma fatia significativa das exportações, os efeitos dessas oscilações podem repercutir em diversos níveis, desde pequenos produtores até grandes exportadores.

Para mitigar os impactos, especialistas sugerem alternativas, como a diversificação dos fornecedores e o incentivo ao uso de tecnologias que aumentem a eficiência no uso dos insumos. O mercado interno também tem investido na produção local de fertilizantes, mas ainda há um longo caminho para reduzir a dependência externa.

Perspectivas para 2025

A previsão é que o mercado de fertilizantes continue a enfrentar desafios em 2025. “A instabilidade do câmbio e os riscos geopolíticos tornam o planejamento de longo prazo uma tarefa complicada, mas indispensável para os agentes da cadeia agrícola”, destaca Cardarelli.

Apesar do cenário adverso, o Brasil mantém a expectativa de superar essas dificuldades com resiliência, utilizando sua força produtiva e capacidade de adaptação como diferenciais competitivos. Porém, o alerta permanece: a sustentabilidade do setor agrícola dependerá de ações coordenadas entre governo, setor privado e produtores para enfrentar essas oscilações.

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Sobre Cícero Costa
Cícero Costa é advogado tributarista, professor de direito tributário, especialista em direito tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, com MBA em negociação e tributação internacional e palestrante. Sua atuação prática em mais de 15 anos de experiência fizeram de Cícero um dos maiores especialistas em precatórios e importação em Alagoas.