Tendências Futuras na Tributação Empresarial: O que Esperar nos Próximos Anos

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1.Introdução

O que parecia uma eterna promessa agora virou decreto: a Reforma Tributária brasileira entrou em campo, e está mudando as regras do jogo. Esqueça a velha sopa de letrinhas tributária. O futuro do sistema fiscal no Brasil já começou a ser redesenhado com novas siglas, nova lógica e novas obrigações.

A sanção da Lei Complementar 214/2025 não é apenas um marco jurídico, mas um sinal claro de que nenhuma empresa, grande, média ou pequena, poderá continuar operando da mesma forma sem correr riscos. A simplificação prometida vem acompanhada de reestruturações profundas, que exigem revisão de processos, atualização de sistemas e, acima de tudo, uma nova mentalidade fiscal.

Se você ainda não parou para entender o que está por vir, talvez esteja na hora. A mudança não espera. E o mercado também não.

2. A Estrutura do IVA Dual: O Fim dos Impostos Fragmentados

A complexidade do sistema tributário brasileiro sempre foi um pesadelo, um emaranhado de siglas, regras conflitantes e interpretações diversas. A reforma, no entanto, promete encerrar essa era com a chegada do IVA Dual (Imposto de valor agregado Dual), um modelo que unifica, reorganiza e transfere o peso do entendimento tributário para um novo patamar.

2.1 IBS e CBS: dois nomes, uma nova lógica tributária

O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) são os protagonistas do novo sistema. O IBS, sob a alçada de estados e municípios, substitui o ICMS e o ISS. Já a CBS, de competência federal, ocupa o lugar de PIS, COFINS e IPI. O objetivo? Consolidar tributos e encurtar o caminho entre a apuração e o recolhimento. A estimativa atual da alíquota conjunta é de 28%, dividida entre 18,70% para o IBS e 9,30% para a CBS.

2.2 O Imposto Seletivo: foco nos bens prejudiciais à saúde e ao meio ambiente

Além do IVA Dual, surge um terceiro elemento: o Imposto Seletivo (IS). De natureza federal, ele recai sobre produtos considerados danosos à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas. A ideia não é apenas arrecadar, mas induzir comportamentos mais sustentáveis, tanto por parte das empresas quanto dos consumidores.

2.3 O que muda para municípios, estados e União

A divisão de competências fiscais entre as esferas de governo passa por uma redefinição radical. O modelo do IVA Dual foi criado justamente para equilibrar os interesses de União, estados e municípios, evitando disputas tributárias e favorecendo uma arrecadação mais justa e uniforme. Isso representa um novo cenário para os entes federativos, e, em teoria, um ambiente menos turbulento para quem empreende.

3. CBS: O Fim do PIS e da COFINS Está Agendado

A complexidade tributária brasileira sempre teve um nome duplo: PIS e COFINS. Para muitos empresários, entender e apurar esses tributos era como jogar xadrez com as peças fora do tabuleiro. Mas agora, o jogo está sendo reorganizado, e o nome da nova peça é CBS.

3.1 A proposta de alíquota única e creditamento amplo

A CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) chega com a proposta de unificar tributos federais e simplificar a estrutura de cobrança. Com alíquota estimada em 9,3%, o novo tributo promete uma lógica mais objetiva, baseada na não cumulatividade plena, ou seja, um sistema de creditamento amplo, capaz de reduzir distorções e mitigar o efeito cascata na cadeia de produção. 

3.2 Como a CBS afeta as empresas do Lucro Presumido e Simples Nacional

Empresas optantes pelo Lucro Presumido terão de se adaptar rapidamente à nova dinâmica de cálculo, o que pode exigir mudanças significativas na estrutura contábil. Já no caso do Simples Nacional, a CBS continuará dentro da sistemática atual do DAS (documento de arrecadação do simples nacional) mas com possibilidade de recolhimento à parte, usando a alíquota cheia. Essa alternativa pode ser vantajosa, ou arriscada, dependendo do perfil de operação de cada negócio.

3.3 Ajustes contratuais e precificação: desafios imediatos

Com a mudança na lógica de tributação, os impactos vão além da contabilidade. Contratos vigentes, especialmente de longo prazo, precisarão ser revistos. A precificação de produtos e serviços também entrará no radar, exigindo ajustes rápidos para que empresas não operem no prejuízo por falhas de repasse. O que antes era uma “margem de segurança”, agora pode virar passivo oculto.

4. Digitalização Fiscal: O Fisco Está Cada Vez Mais Rápido

Se a reforma tributária redefine as regras do jogo, a digitalização muda a velocidade da partida. Estamos entrando numa era em que a apuração fiscal será quase instantânea. E o Fisco, que antes esperava, agora antecipa. O tempo da burocracia está acabando.

4.1 Real-time tax: o imposto em tempo real via open finance

A promessa do real-time tax começa a ganhar forma com a consolidação do open finance, que expande o alcance do antigo open banking. Com todas as movimentações financeiras trafegando em um ambiente digital único, de bancos a corretoras, a reconciliação automática de dados fiscais será uma realidade. O cruzamento de informações se tornará imediato, e isso exigirá precisão absoluta na emissão de documentos e no controle contábil.

4.2 Integração dos entes federativos: fim das entregas desconectadas

A digitalização também traz consigo a integração entre os níveis municipal, estadual e federal. Até então, cada esfera exigia suas próprias obrigações, em sistemas isolados e muitas vezes redundantes. Agora, a meta é um sistema unificado, com entregas padronizadas, reduzindo a sobreposição de tarefas e eliminando o retrabalho fiscal. O modelo brasileiro se aproxima, finalmente, do padrão OCDE (A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

4.3 A apuração precisa como nova exigência operacional

Com mais dados, mais velocidade e mais cruzamento de informações, a tolerância ao erro se reduz drasticamente. Apurar corretamente não será mais vantagem competitiva, será pré-requisito de sobrevivência fiscal. As empresas que ainda operam com controles manuais ou sistemas desatualizados precisam rever sua estrutura com urgência. A margem de erro está se fechando, e rápido.

5. Tecnologia e Automação: O Fator-Decisivo da Vantagem Competitiva

Em um ambiente tributário cada vez mais dinâmico, a tecnologia deixou de ser coadjuvante para se tornar protagonista. Não se trata apenas de acelerar processos, mas de transformar a gestão fiscal em um diferencial competitivo. As empresas que compreenderem isso antes, largam na frente, com menos riscos e mais previsibilidade.

5.1 RPA e inteligência artificial na área tributária

A automação de processos tributários, com tecnologias como RPA (Robotic Process Automation) e inteligência artificial, já está redesenhando as rotinas fiscais. Tarefas repetitivas, como preenchimento de obrigações acessórias e conferência de notas fiscais, passam a ser executadas por robôs com velocidade e consistência. A máquina não se distrai, não se cansa , e entrega com precisão. 

5.2 Redução de erros e aumento de performance fiscal

Ao eliminar o fator humano de tarefas mecânicas, a automação reduz falhas e libera a equipe para funções mais analíticas e estratégicas. O ganho é duplo: menos riscos de autuações e mais inteligência aplicada à tomada de decisões. A performance fiscal, que antes dependia de força de trabalho, agora depende de infraestrutura tecnológica bem aplicada.

5.3 A importância do compliance contínuo em tempo real

Na era da digitalização tributária, não há mais espaço para o compliance retroativo. As exigências do Fisco exigem respostas em tempo real, e isso só é possível com processos automatizados e integrados. A conformidade fiscal deixa de ser um evento periódico para se tornar uma prática contínua e monitorada, de forma preventiva e estratégica.

6. Padronização e Igualdade Fiscal: Um Novo Horizonte para os Negócios

Durante anos, o sistema tributário brasileiro foi marcado por desigualdades entre regiões, sobrecarga de impostos e disputas acirradas por incentivos. Agora, com a Reforma em curso, um novo capítulo está prestes a ser escrito, baseado na padronização e na justiça fiscal. Para quem empreende, isso significa um terreno mais estável e previsível para crescer.

6.1 Alíquotas reduzidas para setores essenciais como saúde, educação e comunicação

A Lei Complementar 214/2025 (Institui o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS); cria o Comitê Gestor do IBS e altera a legislação tributária) abre espaço para tratamentos diferenciados a segmentos considerados estratégicos para o país.

Setores como educação, saúde e comunicação contarão com alíquotas reduzidas, ampliando a margem de manobra para quem atua nessas áreas. Trata-se de um respiro tributário que pode ser decisivo para a expansão sustentável de negócios voltados ao bem coletivo. 

6.2 Oportunidades para empresas que vendem produtos essenciais

Além da alíquota zero para itens essenciais, abre-se uma janela de oportunidades para empresas que atuam com produtos considerados básicos ao consumo da população. Com incentivos fiscais claros e definidos, estratégias comerciais e de precificação poderão ser melhor calibradas, aumentando a previsibilidade e o potencial de escala para quem souber se posicionar.

7. Simples Nacional: O Que Fica e O Que Muda

Mesmo com a grande reestruturação do sistema tributário, o Simples Nacional não ficou de fora da Reforma. Embora o discurso político prometa estabilidade para os pequenos negócios, o cenário prático exige atenção. A manutenção de algumas regras não significa que tudo seguirá como antes, há novas escolhas a serem feitas.

7.1 A permanência da carga tributária atual

o Simples Nacional pode se tornar um obstáculo, e não um benefício. Você pode estar pagando mais impostos do que deveria sem perceber.

Há uma certa mística entre os contadores quando o assunto é Lucro Real ou Lucro Presumido. Muitos empresários do Simples Nacional acreditam que esses regimes são burocráticos demais, complexos e quase impossíveis de gerir – enquanto o Simples seria apenas “pagar o DAS e pronto”.

A verdade? Isso é um engano perigoso.

7.2 A possibilidade de recolhimento do IBS/CBS fora do DAS

Uma novidade relevante é que as empresas poderão optar por recolher o IBS e a CBS separadamente, fora do Documento de Arrecadação do Simples (DAS). Essa medida representa uma flexibilização, mas também uma escolha estratégica delicada, pois exige entendimento profundo dos impactos tributários sobre o fluxo de caixa e sobre o modelo de negócio.

7.3 O impacto da alíquota estimada de 28% para empresas optantes

Para quem decidir sair do recolhimento via DAS, a estimativa é clara: a alíquota padrão pode chegar a 28%, somando 18,7% de IBS e 9,3% de CBS, como visto anteriormente. Essa possibilidade pode se tornar um risco ou uma oportunidade, dependendo do planejamento tributário e da estrutura de operações da empresa. Escolher certo será o divisor de águas entre crescer com inteligência ou comprometer a competitividade.

8. Adaptação ou Prejuízo: 2025 é o Ano da Virada

A regulamentação já foi sancionada, os novos tributos já têm nome e alíquota estimada, e o cronograma está em curso. Não há mais espaço para “esperar para ver”. 2025 é o momento da virada estratégica, e quem ainda não começou a se preparar, corre risco real de prejuízo nos próximos anos.

8.1 Como mapear os impactos na cadeia de fornecedores

A reforma não afeta apenas o que entra ou sai do caixa da empresa, ela altera toda a dinâmica da cadeia de valor. Entender como seus fornecedores e parceiros estão se adaptando pode revelar riscos ocultos e oportunidades fiscais. Mapear os contratos, os fluxos de faturamento e os novos tributos envolvidos é um passo obrigatório para quem busca vantagem competitiva.

8.2 Sistemas contábeis e fiscais sob revisão

A nova realidade exige que os sistemas de gestão tributária estejam prontos para processar regras inéditas, apurações em tempo real e novos formatos de declaração. Softwares desatualizados podem gerar erros que custam caro, em multas, em perda de crédito ou em retrabalho contábil. Revisar e atualizar agora é mais barato do que correr para corrigir depois.

8.3 O risco de deixar tudo para 2027: prejuízo certo para quem adiar

Embora a implementação total esteja prevista para 2027, esperar até lá é um erro estratégico. Empresas que não ajustarem sua precificação, compliance e estrutura fiscal até 2025 correm sério risco de serem engolidas pelos novos custos e exigências. A preparação exige tempo, testes e ajustes, e o relógio já está correndo.

Em um cenário de profundas transformações no sistema tributário brasileiro, como o que se desenha com a implantação do IVA Dual e a digitalização fiscal, o planejamento tributário passa de uma vantagem competitiva para uma necessidade estratégica. 

Empresários e importadores que desejam preservar margens, otimizar seu fluxo de caixa e evitar surpresas desagradáveis com a nova lógica fiscal precisam agir com precisão e inteligência. Um planejamento eficaz permite identificar oportunidades legais de economia tributária, ajustar operações e contratos, e antecipar os impactos que a nova legislação trará sobre seus negócios.

É nesse contexto que a Xpoents se destaca como parceira essencial. Com mais de 20 anos de atuação e uma equipe altamente especializada, a empresa oferece soluções personalizadas em planejamento tributário que vão muito além do tradicional. 

A Xpoents combina expertise técnica, visão estratégica e tecnologia de ponta para garantir que seus clientes não apenas se adaptem às mudanças, mas prosperem com elas. O resultado? Redução de carga tributária, maior previsibilidade financeira e uma posição de vantagem real no mercado.

9. Conclusão

O futuro já está batendo na porta das empresas, e não está disposto a esperar. O momento de agir é agora. Para empresários que desejam mais do que apenas sobreviver à reforma, mas prosperar com ela, o planejamento tributário não é um luxo,  é uma urgência estratégica.

A complexidade do novo sistema exige decisões firmes e embasadas. Aqueles que começarem hoje terão mais do que conformidade: terão controle, eficiência e vantagem competitiva.

Se você quer enfrentar essa nova era com segurança, precisão e visão estratégica, a Xpoents é a parceira que pode transformar incertezas em resultados. Conhecemos o caminho, dominamos as regras e temos as ferramentas para te levar à frente.

A hora de tomar as rédeas da mudança é agora.

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Sobre Cícero Costa
Cícero Costa é advogado tributarista, professor de direito tributário, especialista em direito tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, com MBA em negociação e tributação internacional e palestrante. Sua atuação prática em mais de 15 anos de experiência fizeram de Cícero um dos maiores especialistas em precatórios e importação em Alagoas.