A possível vitória de Donald Trump nas eleições de 2024 reacendeu discussões sobre tarifas de importação, especialmente direcionadas a produtos asiáticos, com previsões de forte impacto sobre a China.
Durante a campanha de 2024, Donald Trump reiterou uma de suas promessas mais emblemáticas: a imposição de tarifas de até 20% sobre produtos importados de países asiáticos e, mais significativamente, de 60% sobre as importações provenientes da China.
Essa proposta é uma continuação das políticas de comércio que marcaram seu primeiro mandato, quando Trump implementou tarifas elevadas sobre uma variedade de bens chineses, como parte de uma estratégia mais ampla de “America First” (América em Primeiro Lugar).
O principal objetivo de Trump com essas tarifas é reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos, um problema que ele considera prejudicial à economia americana. Durante sua presidência, ele argumentou que os EUA estavam sendo explorados por países estrangeiros, especialmente a China, e que uma política comercial mais agressiva seria necessária para corrigir esse desequilíbrio.
A tarifa de 60% sobre produtos chineses, em particular, busca diminuir a dependência americana de produtos fabricados na China, uma potência que dominou a produção de uma vasta gama de bens essenciais, de eletrônicos a medicamentos e até matérias-primas.
Para implementar essas tarifas, ele poderia utilizar a Lei Internacional de Poderes Econômicos de Emergência (IEEPA), que concede ao presidente dos EUA autoridade para impor barreiras comerciais sem a necessidade de aprovação do Congresso.
Essas promessas estão gerando respostas cautelosas na Ásia. Líderes de países como Japão e Coreia do Sul, que dependem da estabilidade comercial com os EUA, manifestaram preocupação.
Empresas chinesas de tecnologia já sofreram impacto, com quedas no valor de suas ações, enquanto o Japão e outros países asiáticos monitoram atentamente o mercado global, receosos de uma desaceleração econômica impulsionada por novas tensões comerciais.
Além dos efeitos diretos sobre empresas e mercados financeiros, economistas alertam que tarifas tão altas poderiam aumentar a inflação nos EUA, encarecendo produtos importados para os consumidores americanos.
Alguns analistas consideram essa abordagem um “imposto nacional sobre as famílias dos EUA”, enquanto o governo de Trump defende que a política fortaleceria a economia americana a longo prazo.