Atualmente, há mais de 70 mil veículos chineses estocados no Brasil, refletindo a importação de 150 mil unidades do país asiático em 2024, um aumento impressionante de 625%. Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, o aumento no volume de veículos chineses nos portos brasileiros está gerando dificuldades logísticas que afetam diversos setores econômicos. Ele observou que montadoras estão sendo forçadas a importar autopeças por via aérea, o que eleva significativamente os custos de produção. Durante a divulgação do balanço do setor automotivo, Leite destacou que a absorção desses veículos no mercado interno terá impacto direto sobre a competitividade e os níveis de emprego.
A Anfavea estima que o estoque de carros chineses no Brasil esteja entre 70 mil e 80 mil unidades, a maioria nos portos. As importações de veículos da China cresceram 290% no acumulado deste ano, com 81,6 mil unidades importadas de janeiro a setembro, em comparação com 20,9 mil no mesmo período de 2023. Quando somados os veículos já emplacados com o volume ainda em estoque, o número total de carros importados da China em 2024 chega a 150 mil, um aumento de 625%.
Impulsionado especialmente pelos veículos eletrificados chineses, o volume total de vendas de modelos importados é o maior desde 2014, com uma participação de 17,3% no mercado até agora. A Anfavea já solicitou à Camex a restauração da alíquota de importação de 35% para veículos eletrificados. No geral, as vendas de importados atingiram 322,1 mil unidades este ano, uma alta de 36% em relação às 237 mil no mesmo período de 2023.
Enquanto a participação dos veículos chineses nas importações brasileiras subiu de 9% para 25%, os carros argentinos perderam espaço, caindo de 65% para 47%, com 152,2 mil unidades importadas da Argentina, 1% a menos do que no mesmo período do ano anterior. Também houve aumento nas importações de veículos de países como México, Alemanha, Uruguai e Tailândia, sendo que, neste último, o crescimento foi de 172%, totalizando 5.141 unidades.