Fim da Isenção de Impostos Sobre Medicamentos

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A isenção de impostos e sua relevância social

A isenção de impostos sobre medicamentos, implementada como parte de uma política de desoneração, foi vista como uma medida crucial para garantir o acesso a medicamentos a preços mais baixos, favorecendo a saúde pública em um país onde o custo de vida vem aumentando. 

Desde que foi adotada, essa política tem ajudado milhões de brasileiros a adquirir medicamentos essenciais, especialmente em um cenário onde muitos dependem da medicação contínua.

Além disso, a pandemia de COVID-19 acentuou ainda mais a necessidade de medicamentos acessíveis, com muitas famílias brasileiras enfrentando o desemprego e a perda de renda. A retirada dessa isenção pode significar um retrocesso na luta por garantir a saúde como um direito básico e universal.

Impacto direto no consumidor

Segundo a Frente Parlamentar Pelo Livre Mercado, o fim da isenção poderá resultar em um aumento de até 10% no preço final dos medicamentos. Isso ocorre porque, sem o benefício fiscal, os fabricantes e distribuidores repassarão o aumento dos custos ao consumidor final. 

Este impacto será ainda mais sentido no caso de medicamentos de uso contínuo, como os utilizados para o tratamento de hipertensão, diabetes e doenças respiratórias, condições que afetam grande parte da população brasileira.

De acordo com pesquisas de mercado, cerca de 35 milhões de brasileiros dependem desses medicamentos, e para muitos, qualquer aumento pode inviabilizar o tratamento, levando a desfechos trágicos.

 A Federação Nacional das Associações de Pacientes com Doenças Crônicas (FENAPC) já expressou preocupação com a possibilidade de descontinuidade de tratamentos, o que poderia sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS) com pacientes que, sem recursos, buscam alternativas para seus tratamentos.

A necessidade de medicamentos de baixo custo

A questão dos preços dos medicamentos não é um problema novo no Brasil. Há décadas, especialistas e defensores da saúde pública têm alertado para a necessidade de políticas mais robustas que garantam a acessibilidade de medicamentos essenciais. 

A isenção de impostos sobre medicamentos sempre foi vista como uma ferramenta importante para equilibrar os altos custos dos produtos farmacêuticos, que são frequentemente encarecidos por fatores como a logística, o custo de insumos importados e os altos tributos aplicados ao longo da cadeia de produção.

O Brasil, com uma das cargas tributárias mais altas do mundo, tem historicamente sobrecarregado o setor de saúde com impostos elevados, o que resulta em produtos finais com preços fora do alcance de grande parte da população. 

A manutenção de medicamentos de baixo custo não é apenas uma questão econômica, mas também uma questão de saúde pública. O acesso à medicação adequada pode prevenir complicações mais graves, reduzir hospitalizações e, em última análise, salvar vidas.

Perspectivas políticas e econômicas

O presidente da Frente Parlamentar Pelo Livre Mercado, deputado João Martins, destacou em coletiva de imprensa que o término da isenção de impostos é preocupante, mas também abre espaço para o debate sobre a reforma tributária, que busca, entre outros objetivos, desonerar setores essenciais, como o da saúde.

“A população não pode pagar o preço dessa transição fiscal. Sabemos que o Estado precisa arrecadar, mas não podemos fazer isso às custas da saúde do brasileiro. 

O medicamento não é um luxo, é uma necessidade”, disse o deputado. Segundo ele, o Congresso está pressionando o Ministério da Economia para que encontre alternativas que mantenham os medicamentos acessíveis sem comprometer a arrecadação do governo.

Soluções para a população

Organizações de defesa do consumidor e associações de pacientes estão exigindo que o governo reveja a decisão de não prorrogar a isenção. Entre as alternativas sugeridas, está a criação de uma lista nacional de medicamentos essenciais que continuariam a ser isentos de impostos. 

Outra solução apontada é o fortalecimento de programas públicos, como o “Farmácia Popular”, que oferece medicamentos gratuitos ou a preços reduzidos. No entanto, mesmo esse programa tem enfrentado cortes orçamentários nos últimos anos, o que levanta dúvidas sobre sua capacidade de compensar o aumento que virá com o fim da isenção de impostos.

Conclusão

Com o fim iminente da isenção de impostos sobre medicamentos, o Brasil se encontra em um momento crucial para repensar suas políticas de saúde pública e tributação. A população, principalmente a de baixa renda, pode ser gravemente afetada, e o risco de agravamento de doenças crônicas devido à falta de acesso a tratamentos adequados é real.

Enquanto o governo busca soluções fiscais, é necessário que o direito à saúde, garantido pela Constituição, seja colocado em primeiro plano, assegurando que os medicamentos, essenciais para a vida de milhões de brasileiros, permaneçam acessíveis.

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Sobre Cícero Costa
Cícero Costa é advogado tributarista, professor de direito tributário, especialista em direito tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, com MBA em negociação e tributação internacional e palestrante. Sua atuação prática em mais de 15 anos de experiência fizeram de Cícero um dos maiores especialistas em precatórios e importação em Alagoas.