Consumo Em Alta Faz China Dobrar Importação De Café

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O café brasileiro está conquistando cada vez mais espaço na China, conforme apontam as estimativas do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Em julho, a China importou 51.714 sacas de café do Brasil, e de janeiro a julho deste ano, o país asiático adquiriu mais de 594 mil sacas do grão brasileiro.

Embora o chá seja tradicionalmente a bebida preferida dos chineses, o cenário está mudando. Hoje, um quarto da população chinesa, cerca de 330 milhões de pessoas, consome café, um número que já foi de 190 milhões em 2013. Observa-se que essa tendência é impulsionada principalmente por jovens profissionais, especialmente mulheres, que trabalham em escritórios.

“A mudança cultural na China, influenciada pela globalização, tem no café um símbolo dessa transformação”, afirma Mattos. Ele também ressalta o papel fundamental das cafeterias, com cerca de 50 mil estabelecimentos no país, refletindo um crescente investimento em indústrias de torrefação e moagem.

O Brasil, maior produtor mundial de café, colheu 55 milhões de sacas na safra 2023/2024, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), seguido de longe por Colômbia e Vietnã.

 Entre as safras 2019/2020 e 2024/2025, o consumo de café na China cresceu mais de 60%, e as exportações brasileiras para o país devem alcançar 2,5 milhões de sacas em 2024, um aumento de 65% em relação ao ano anterior.

O valor total dessas exportações deve atingir US$ 525 milhões, um crescimento de 64% em relação a 2023. Este ano, o Brasil assinou um memorando de entendimento (MOU) com a Luckin Coffee, maior rede de cafeterias da China e principal importadora de café brasileiro, que prevê a compra de aproximadamente 120 mil toneladas de café brasileiro, no valor de cerca de US$ 500 milhões.

O sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, destaca que esse movimento reforça a presença do Brasil no mercado chinês e abre novas oportunidades. 

Além disso, um acordo entre os dois países que permite transações diretas em yuan e reais, sem a necessidade de utilizar o dólar, está facilitando ainda mais o comércio bilateral.

Na safra 2023/24, a China tornou-se o sétimo maior destino das exportações brasileiras de café, com 1,646 milhão de sacas adquiridas, um aumento de 186,1% em relação à temporada anterior. No total, o Brasil exportou 47,3 milhões de sacas, um crescimento de 32,7%.

Apesar das perspectivas positivas, o setor enfrenta desafios como as mudanças climáticas e as limitações logísticas. Chuvas intensas afetaram áreas produtoras de café no Espírito Santo e no sul da Bahia, enquanto a seca prejudicou a safra anterior. 

Além disso, as restrições no Porto de Santos, responsável por 69% das exportações e importações do Brasil, levantam questões sobre a capacidade de escoamento da produção.

No entanto, o setor produtivo permanece otimista, acreditando que o Brasil continuará a liderar o mercado global de café a longo prazo. 

“O crescimento da demanda na China impulsionará ainda mais as exportações de café brasileiro, especialmente de blends”, afirma Orlando Editore, head de café na consultoria Datagro. “As perspectivas indicam que o Brasil continuará a crescer mais rapidamente na produção de café do que seus concorrentes.”

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Sobre Cícero Costa
Cícero Costa é advogado tributarista, professor de direito tributário, especialista em direito tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, com MBA em negociação e tributação internacional e palestrante. Sua atuação prática em mais de 15 anos de experiência fizeram de Cícero um dos maiores especialistas em precatórios e importação em Alagoas.