Indústria alerta para risco de importações predatórias

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A Coalizão Indústria, composta por 14 entidades dos setores de transformação, construção e comércio exterior, alerta para o impacto negativo das importações de países com práticas comerciais predatórias. Essas práticas comprometem o mercado interno e ameaçam investimentos de R$826 bilhões previstos até 2027, além de colocar em risco milhões de empregos no Brasil. O grupo, que representa 43% do PIB industrial, destaca que as mudanças geopolíticas pós-pandemia e o excesso de capacidade produtiva intensificaram o fluxo de produtos importados, prejudicando ainda mais a indústria nacional.

Para a Coalizão, a prioridade deve ser uma ação eficaz contra a concorrência desleal. Sem essa intervenção, os investimentos e empregos ficarão ameaçados, com um potencial de redução superior a 50% no volume de investimentos projetados. Marco Polo de Mello Lopes, coordenador da Coalizão, ressalta a necessidade de o governo adotar uma estratégia urgente para proteger a indústria, utilizando mecanismos que países desenvolvidos já implementaram.

A preocupação foi expressa em coletiva de imprensa em São Paulo, onde estiveram presentes presidentes de dez entidades. Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), enfatizou a importância de fomentar novos empregos e qualificação. Ele também mencionou a chegada de empresas estrangeiras ao setor, alertando que o que afeta outros segmentos da indústria pode impactá-los em breve.

Outro ponto de preocupação é o potencial acordo comercial entre Mercosul e China, que poderia resultar na suspensão imediata de R$500 bilhões em investimentos nos setores representados pela Coalizão. Lopes destacou que esses investimentos são cruciais para o crescimento sustentável do Brasil e que a sua perda não poderá ser compensada por outros segmentos ou países.

Correia também abordou o desafio do setor de construção em recuperar sua participação no PIB brasileiro, almejando voltar aos 7% de participação, uma meta que se mostra difícil devido à redução de investimentos em infraestrutura e ao déficit habitacional.

Além disso, a Coalizão espera a aprovação da reforma tributária, considerando-a fundamental para alinhar a tributação do Brasil aos padrões dos países desenvolvidos. Correia ressaltou que, apesar da lentidão na regulamentação, é um tema que precisa ser debatido de forma aprofundada.

Fundada em 2018, a Coalizão Indústria representa 13 setores e responde por 44% do PIB industrial, gerando 37 milhões de empregos e contribuindo com R$264 bilhões em tributos anualmente. A Coalizão é apartidária e defende uma agenda voltada para o crescimento econômico sustentado, recuperação da competitividade da indústria e transição energética, incluindo a oferta de gás natural a preços competitivos e financiamento para tecnologias de descarbonização.

Entidades integrantes da Coalizão Indústria: 

Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores 

Abrinq – Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos 

Abicalçados – Associação Brasileira das Indústrias de Calçados 

AEB – Associação de Comércio Exterior do Brasil 

Abinee – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica 

Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos 

Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico 

Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção 

ABIA – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos 

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland 

CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção 

Eletros – Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos 

Grupo FarmaBrasil 

Instituto Aço Brasil 

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Sobre Cícero Costa
Cícero Costa é advogado tributarista, professor de direito tributário, especialista em direito tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, com MBA em negociação e tributação internacional e palestrante. Sua atuação prática em mais de 15 anos de experiência fizeram de Cícero um dos maiores especialistas em precatórios e importação em Alagoas.